O Emprega CG, em sua 41ª edição de 2025, realizou uma ação nesta quinta-feira (31) voltada à reintegração social de pessoas egressas do sistema prisional. A iniciativa, promovida pela Funsat (Fundação Social do Trabalho), ocorreu no Escritório Social da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e contou com 25 atendimentos itinerantes, reafirmando o compromisso com a inclusão e a reconstrução de histórias de vida.
Entre os atendidos, Jean Junior Monteiro, de 32 anos, destacou a importância do apoio institucional para superar preconceitos. “Com um órgão ajudando fixa melhor pra gente, pois eles têm o contato com as empresas. O que pode ajudar a quebrar preconceitos”, afirmou, ao comentar sobre o Programa de Combate à Discriminação, ao Assédio e à Violência, na Promoção da Igualdade de Oportunidades no Trabalho em Mato Grosso do Sul, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Ana Kelly Lima, de 33 anos, atualmente no regime semiaberto, ressaltou que ações pontuais não bastam. “É muito difícil esse momento de retorno, tem as desconfianças, as barreiras, mas ações como essa nos incentivam a continuar. A condição para o emprego tem que ser acessível a todos”, pontuou.
Também em busca de oportunidades, Paulo Sérgio Barros, de 35 anos, valorizou a presença da Funsat em diferentes espaços. “Excelente virem aqui hoje e estarem sempre, em vários lugares. Mais que falarem sobre oportunidades é ajudar para que elas aconteçam, e aí é fazer por merecer. Quem dá o valor na segunda chance ou a empresa que mostra ser diferente com essa abertura”, refletiu.
Michelle Castilho de Andrade, de 30 anos, mesmo empregada, aproveitou o atendimento para atualizar seu cadastro no Sine. “Quero sempre ver sobre os anúncios para Serviços Gerais. O tratamento que recebi é o mesmo dado a todos, provando que há um apoio a quem recomeça a vida. Vou manter sempre contato e o cadastro pronto”, disse.
A assessora técnica da Funsat para o público PCD e de Políticas Contra a Discriminação no Trabalho, Eliane Rodrigues de Souza, destacou o papel essencial da ocupação profissional na reintegração. “Sem essa questão, não tem como acontecer, pois o trabalho ocupa um papel primordial na vida de todos. Abrir caminhos, conectar oportunidades é uma obrigação também do Estado no acompanhamento dessa nova fase deles”, ressaltou.
Wallace Faria Pacheco, coordenador do programa e superintendente adjunto regional do Ministério do Trabalho em Mato Grosso do Sul, reforçou a importância das parcerias. “É um trabalho sistemático, que cria uma rede, para verdadeiros facilitadores do êxito neste processo de reintegração. O ideal era que isso tudo acontecesse de forma natural, que se cumprisse a pena, e ao sair desta situação, a pessoa tivesse acesso a sua dignidade, com um meio de sustento digno. Porém, se faz necessário este mecanismo, algo que funciona com boas parcerias, como a da Funsat, por exemplo”, afirmou.
Segundo Denize Morais, diretora de Vagas e Emprego da Funsat, a ação está alinhada com o compromisso social da fundação. “Temos um viés social, que inclusive está no nome da Fundação. Por isso, cada pessoa é importante, seja qual origem for, pois a nossa diretriz é a de incentivar, encaminhar e qualificar o cidadão que nos procura. Seja na nossa sede ou em eventos temáticos e itinerantes”, explicou.
A próxima edição do Emprega CG está marcada para 5 de agosto, das 8h às 12h, na Associação de Moradores do bairro Coophavila II (Avenida Marinha, 725). A ação contará com 600 vagas em 16 profissões e a presença de recrutadores de sete empresas: Assaí Atacadista, Supermercados Pires, RHF Talentos, Novatec, Solurb e Tahto. O atendimento é gratuito e realizado por meio de senhas. Informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 4042-0585, ramal 5841.