Meu câmpus tem: SoRo — Grupo de pesquisa e desenvolvimento de robôs complacentes
Grupo do IFSP é pioneiro no Brasil em estudo e desenvolvimento de Soft Robotics
Quando imaginamos um robô, é possível que nos venha à cabeça algo parecido com o histórico RoboCop, ou uma versão mais moderna dele. Certamente pensaremos uma estrutura rígida, normalmente metálica. Mas você sabia que existem robôs moles?
Estudantes Kelvin Douglas Leandro Goia apresentam projeto ligado ao SoRoOs robôs complacentes são produzidos com materiais moles, como silicone e borracha. Eles podem ter diversas aplicações, desde a manipulação de alimentos até o auxílio em cirurgias, para manipular alguma coisa que se queira atingir dentro do corpo humano, sem machucar. A Tecnologia denominada Robótica Mole (Soft Robotics) é objeto de estudo do SoRo — Grupo de pesquisa e desenvolvimento de robôs complacentes, do Câmpus São Paulo. O grupo, composto por 18 participantes (dez estudantes, sete pesquisadores e um técnico), é pioneiro no Brasil e desenvolve várias tecnologias na área de soft robots, como sensores e garras robóticas.
O SoRo foi formado em 2021, mas os estudos que levariam à sua formação foram iniciados há sete anos, quando o professor Alexandre Brincalepe Campo, um dos líderes do grupo, concluiu o seu pós-doutorado na Universidade de Harvard, onde aprendeu a nova tecnologia.
Ao retornar ao Brasil, o docente desenvolveu uma garra robótica, que permite manipular objetos e volumes tais como líquidos e produtos granulados de diferentes tipos, projeto que foi apresentado na 1ª Conferência Internacional IEEE sobre Soft Robotics, em 2018, na Itália. “Naquele evento, percebi que havíamos desenvolvido algo inovador”, revela Brincalepe, após ter realizado uma pesquisa e conversado com pesquisadores de diferentes partes do mundo. Depois disso o professor escreveu o pedido de patente da garra e o depositou junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), que o avaliou e confirmou que o projeto era, de fato, inovador, concedendo o pedido de patente.
Para licenciar a patente e viabilizar a produção e comercialização da garra, foi criada, em dezembro de 2019, a Soft Grippers. A empresa tem como sócios o professor Brincalepe, o empresário Diogo Luna Fonseca e o ex-aluno do curso de Engenharia de Controle e Automação Willian de Andrade Bezerra. Vinicius Dias da Silva Soares e Murillo Kubinhetz Martim Ramos, também ex-alunos do IFSP, trabalham na empresa, que atualmente desenvolve um novo tipo de garra especializado na manipulação de garrafas de vidro.
Alexandre Brincalepe durante premiação do WFCPNo último dia 25 de abril, o professor Alexandre Brincalepe recebeu a medalha de prata pelo desenvolvimento do projeto que utiliza a tecnologia de robôs complacentes, durante o “Awards of Excellence 2023” do World Federation of Colleges and Polytechnics (WFCP), na cidade canadense de Montreal.
O projeto coordenado pelo docente do IFSP foi uma das três pesquisas escolhidas pela WFCP na categoria Applied Research and Innovation para a premiação final. O prêmio celebra as contribuições notórias de instituições e indivíduos de várias partes do mundo na promoção da educação profissional e tecnológica de qualidade, bem como o desenvolvimento social e econômico mais amplo.
Além da premiada pesquisa do professor Brincalepe, diversos projetos estão sendo desenvolvido pelos pesquisadores e estudantes do SoRo. Conheça a seguir um pouco sobre alguns destes estudos, que são realizados no Laboratório de Controle Aplicado – LCA, do Câmpus São Paulo.
Nathália Cristina Ferreira Moura, estudante do curso de Engenharia de Controle e Automação, é bolsista do PIBIFSP, e sob a coordenação do professor Haroldo Issao Guibu está montando e testando diversos tipos de sensores baseados em tecidos. “O projeto está no início, mas é possível vislumbrar aplicações muito interessantes”, afirmou.
Estudantes vinculados ao SoRo fazem testes em soft roboticsMaylon Rodrigues Nunes dos Santos é colega de curso da Nathália e bolsista do CNPq. Também sob a coordenação do professor Haroldo, ele está desenvolvendo garras robóticas com materiais complacentes. As garras são sub-atuadas e acionadas por motores. O Estudante se diz empolgado com a possibilidade de fazer pesquisa e participar de diferentes projetos. “O laboratório permite a participação em diversos projetos. Estou auxiliando o projeto de mestrado do Leandro Goia”, contou. Leandro Goia é ex-aluno do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSP e atualmente cursa o mestrado na Escola Politécnica da USP. Sob a orientação dos professores Alexandre Brincalepe e Diego Colón (USP), ele desenvolve um atuador robótico que pode ser utilizado como dispositivo tecnologia assistiva, para auxiliar em movimentos dos membros superiores.
Kawan Rókiston Mendes do Amaral e João Augusto Marques Boeira são estudantes do curso de Engenharia Eletrônica do Câmpus São Paulo. Kawan é bolsista do PIBIFSP e está construindo um kit que permitirá testes com diversos tipos de atuadores pneumáticos, já João é voluntário no grupo de pesquisa e está construindo um kit que permitirá testes com diversos tipos de atuadores pneumáticos, ambos são orientados pelo professor Brincalepe. O bolsista acredita que o projeto do sistema permitirá o estudo de diversos temas importantes para sua formação, enquanto o voluntário afirma que a manipulação de diversos materiais em estruturas diferentes tem instigado a sua curiosidade sobre a operação dos sensores.
Para saber mais sobre a atuação do SoRo e sobre outras pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Controle e Automação, acesse os perfis do LCA nas redes sociais: