Qui 23 fevereiro 2023 17:30 atualizado em Qui 23 fevereiro 2023 17:31
Teste rápido e profilaxia pós-exposição são estratégias na prevenção às infecções sexualmente transmissíveis
Secretaria de Estado de Saúde divulga recomendações para avaliação e tratamento de ISTs
Geovana Albuquerque / Agência Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) incentiva que, terminado o período de Carnaval, as pessoas que vivenciaram situações de exposição às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), seja por relação sem uso de preservativo, violência sexual ou mesmo por acidentes com materiais perfurocortantes, devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação e possíveis tratamentos. A partir desta quinta-feira (23/2), mensagens informativas serão veiculadas pelas redes sociais da SES-MG e meios de comunicação para reforçar a conscientização da população acerca da prevenção às ISTs. A coordenadora de IST, Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Mayara Marques de Almeida, destaca quais são as medidas mais frequentes que são indicadas às pessoas nos serviços de atendimento: “A gente recomenda que seja procurada uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realização da testagem rápida e recebimento das orientações necessárias. Para o caso do uso da profilaxia pós-exposição (PEP), ou seja, o uso de medicamentos antirretrovirais que evitam que o HIV alcance o sistema imunológico, se reproduza e se dissemine, preferencialmente o tratamento deve ser iniciado em duas horas após a exposição em função de alguns dos fatores causadores da exposição, com limite de até 72 horas”. A partir da avaliação realizada no contato da pessoa com o profissional de saúde é possível que compreender, a partir da fala do usuário, suas práticas sexuais e assim identificar estratégias de prevenção possíveis de serem adotadas. “A PEP está disponível nas unidades de pronto atendimento e unidades hospitalares. Posteriormente, a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde”, explica Mayara Marques. O preservativo, interno ou externo, continua sendo o método mais efetivo de prevenção às ISTs, constituindo uma estratégia capaz de evitar também a gravidez indesejada. Por essa razão, a indicação é que ele seja utilizado em todas as relações sexuais. “De todo modo, as estratégias que agregam o uso de medicamentos também constituem métodos que ampliam as possibilidades de prevenção ao HIV para as situações em que o preservativo não foi usado”, afirma. A PEP é considerada uma medida de urgência para que seja evitada a infecção pelo HIV, sendo utilizada após alguma relação sexual desprotegida, violência sexual, ou em caso de acidentes com material cortantes. Consiste no uso de medicamentos antirretrovirais por 28 dias. A PEP se diferencia da profilaxia pré-exposição ao HIV (Prep), caracterizada pelo uso de medicamentos diariamente, de modo a proteger o organismo da pessoa contra uma possível infecção pelo HIV. “Ou seja, o indivíduo é medicado antes de manter uma relação sexual para diminuir a possibilidade de infecção pelo HIV”, aponta a coordenadora. O teste rápido também é uma estratégia relevante no atendimento àquelas pessoas que fizeram sexo de forma desprotegida, ou seja, sem o uso do preservativo. “Quem curtiu o carnaval e está nessa situação, deve procurar uma UBS para realizar o teste rápido, que tem resultado pronto em até 20 minutos. Ele é sigiloso, não sendo repassado a outras pessoas, compondo uma estratégia altamente eficaz para diagnóstico”, diz Mayara Marques. Prevenção combinada O uso de medicamentos para prevenção teve início com a PEP do HIV em 1999. Está disponível no SUS e foi amplamente utilizada para a prevenção da transmissão vertical, em acidentes ocupacionais e violência sexual. A partir de 2008 foi implementada para exposição sexual consentida e em 2015, já inserida no paradigma da Prevenção Combinada, foi publicado o primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição, simplificando a prescrição da PEP e unificando em um mesmo documento as profilaxias para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), HIV e Hepatites Virais. O conceito de Prevenção Combinada foi adotado no Brasil em 2013, com a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos, que modificou o critério para início da terapia antirretroviral (TARV), fortalecendo o modelo de tratamento como prevenção. “Portanto, a PEP hoje é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as ofertas de prevenção para atender às necessidades e possibilidades de cada pessoa”, finaliza a coordenadora.